Há muitas
teorias sobre o que é e o que significa o “flamenco”. No geral, se define como
“uma expressão artística de um povo, os ciganos”. Por meio desta forma de expressão artística,
estes povos exteriorizam pelo canto, música
e dança sua vida, história, costumes, emoções e sentimentos. Então
flamenco não é só dança? Não. Representa para estes povos uma maneira de ver,
sentir e expressar seu mundo, seus valores, sua cultura e celebrar a vida.
É fácil
falar sobre o “Flamenco”. Poderia ficar horas, dias, meses aqui explorando este
tema. Difícil é praticar esta arte. Porque é preciso entender esta cultura para
se expressar e dançar. É uma modalidade de dança que exige muita prática,
disciplina, esforço, energia, entrega e sentimento durante o aprendizado e adestramento
corporal para improvisar e criar um baile.
Me apaixonei
pela dança flamenca ao assistir o filme “Carmen” dirigido por Carlos Saura.
Fiquei encantada e fascinada pela beleza plástica, energia e dificuldades
técnicas que esta dança exigia de seus admiradores e profissionais.Então,
escolhi o flamenco para minha educação e desenvolvimento corporal. Porque é uma
dança étnica popular que valoriza a espontaneidade, a improvisação e a
criatividade do indivíduo.
O “flamenco”
surgiu em minha vida, me dando possibilidades expressivas e estéticas de
desenvolver com maior força e criatividade, “qualidades dramáticas e corporais”
que seriam indispensáveis ao meu trabalho como atriz: autoconsciência,
autonomia, espontaneidade, concentração, observação, capacidade de escutar,
maior consciência corporal, confiança, percepção espacial, coordenação motora,
correção postural e prontidão para o movimento. A “técnica
flamenca” tem sido muito útil no meu preparo corporal para a interpretação.
Praticando a dança com regularidade, enriqueci minha expressividade, tornando
meu corpo mais sensível, aberto e receptivo a estímulos que o rodeiam dentro e
fora do palco.